Bastaria saber do que paira, do que fica, do que invade quando tudo some. Foram tantas as pontes, léguas, tinta preta no papel, tantas, tantas páginas re-viradas, tantas partidas sem retorno, sem vencedor, tantos tesouros enterrados...
Barcarola, jangada, nau, tantos mares, tempo, tempos, anos no azul, perdendo-se no azul.
Bastaria uma bandeira. A bujarrona içada onde nunca dantes.
A mensagem na garrafa recolhida, no rum, no naufrágio, no baú, nos escombros, destroços, dobrões, na ilha.
Alvíssaras, espera ainda. Do fim do mundo. Varrendo nuvens, dissipando o cinza, o temporal.
Estivesse chovendo, água molhando a areia, escorrendo no coqueiral, lavando a madrugada da ressaca - lua cheia em marés de janeiro devastando a costa.
Estivesse dormindo o vento, sol prateando a calma amanhecida do mar.
Estivesse desperta, viva. Acreditasse, ao menos, e saberia.
E bastaria saber do aceno antes da trombeta anunciando a chegada do derradeiro anjo da morte.
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