São treze horas, a reforma proposta não se deu. A máquina de costura os panos dobrados os carretéis coloridos os jovens delinquentes o presidente deposto.
São treze horas a tarde nasce queimando miolos suores mediterrâneos canícula incipiente.
O ponteiro do relógio quebrado marca avisa indica, são treze horas.
Eram treze horas quando o diagnóstico ficou pronto: sociopatia, fragmentação, inteira irresponsabilidade consigo com o mundo com o próximo e o distante.
Ninguém comprou presentes enviou cartões felicitou amigos em seus cumpleaños, birthdays, aniversários. Ninguém juntou os trapos arrumou a mala entregou a chave o plano o projétil não disparado.
Eram treze horas o papel de parede os nus enchendo o teto a cama desfeita as peças no chão o amor naufragado o ponteiro quebrado o amargo o sal o gozo a raiva a dor.
Dando voltas no almoxarifado, onde está o martelo, onde está a britadeira, onde está a chave a chave que abre todas as portas a porta do inferno do sono do paraíso.
Passou o caminhão do lixo, os caminhões esmagam pessoas trituram dejetos percorrem as cidades do planeta freio buzina derrapagem partida chegada.
O caminhão do lixo triturou o que restou das engrenagens do ponteiro do vidro do relógio o que deixou o martelo.
Tenho um amigo, ele me disse, ele pensou, ele escreveu, eu repito. Amanhã falo de flores, amanhã, de primavera.
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3 comentários:
trinta segundos, que eu diria primeiros, para reafirmar minha admiração por tudo que voce escreve.
um cheirão.
Literatura regada a música. Ou seria o contrário?
Essa Maria Gadu é o bicho! (tá na novela das nove, sabia? risos). E tu tá na minha lista das tops, num tem jeito! e o verificador me diz "ousan". então tá!
Marquito(suspeito), obrigada, querido.
Sheylinha, ousemos, vamos ousar!
beijo
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