14.2.09

A Torre

O desmoronamento matou um, feriu dois, deixou desabrigados incontáveis.

A torre era a casa de Deus, na carta, o inevitável. Destino?

Saiu, correndo, mais depressa que ligeiro, em desespero, telhado de vidro temeroso de calhaus, rebolos, pedregulhos, arremessos.

Com que fim esse oco, dor, surda, atropelando os passos na carreira? Para onde?

Ouviu o baque, o grito, sentiu o sangue escorrer.

Sentiu que aquela dor surda que parecia não passar nunca mais, não duraria muito.

Não mais que dois anos.



"Eu ainda te procuro
No claro, no escuro
Nos lugares seguros ou não
Eu ainda te procuro
Com olhos de águia
Com o faro agudo de cão..."


(Ivan Lins/Vitor Martins - Ainda te procuro)

3 comentários:

costa Junior disse...

Ler é bom , o que você escreve melhor ainda

Mme. S. disse...

Assim não vale... Costa Júnior já falou tudo! beijos, querida.

MgP disse...

Vocês, hein?
'brigada. beijos aos dois ;)