21.11.09

Passageiros




Em seus olhos sorridentes, miúdos, meninos, a clara manhã.
A cachoeira cristalizada, queda d’água adiada a jamais.

Chão retirado de sob os pés, fardos de sobre os ombros jogados à terra.

Quase levitar, nenhuma dor, notas no piano.

O encontro e a pele encrespada, pelos eriçados, arrepios. Voz suave, ciciar de lençóis em dedos entrelaçados. Desejo e o corpo ardendo, o estreitamento, um em uma, um a um.

O riso no portão, até breve, o giro do mundo suspenso. Mais ninguém, mais nada.

Espera. Silêncio. Ausência.

Sem adeuses. Sem promessas. Sem reencontro. Sem então.

O tempo sem fim e a seca murchando pétalas e sonhos. E contos.

Não saímos à noite a catar estrelas,
que nem chegamos a existir.


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2 comentários:

Carlos disse...

adeuses e a deuses, nos entregamos, leminskianos, kami-quases...

carito

MgP disse...

lemiskianos, caritianos, vezes bons-franciscanos-samaritanos. raro, beauvoirianos.
;)
bjos,
m.