19.10.08

Sete vidas - O início




Nasci num feriado, sem hospital, sem obstetra. Minha mãe passava da idade de ter filhos, já aos 41, depois de sete. O primeiro partiu em criança, não o conhecemos. O que fez com que eu me tornasse a sétima. Eu viria a nascer em setembro, mês nove com sete no nome. No dia 7, no ano de 1967. Caso raro de bebê pós-maturo ou mais provavelmente erro de cálculo, nasci no décimo mês da gestação. A parteira, dona Lindalva, me fez ver a luz. E à minha mãe, quase as trevas, não por maldade - pobre dona Lindalva! Antes por ignorância. O fato é que a mãe foi levada ao hospital e depois de cuidada e desenganada pelo médico, o pai tomou as providências. Chamou o padre, para a extrema-unção. Veio o médico, preenchia o atestado de óbito e perguntou a meu pai o nome dela. Ela milagrosamente abriu os olhos e num quase sussurro respondeu - conto como ouvi, repetidas vezes em casa. Ressuscitada, pois, desde então passou a se dar primeiro os parabéns a cada meu aniversário, posto que ali teria nascido outra vez. E a pedir também os parabéns a todos os que vinham me felicitar naquele dia.
Assim foi o início da primeira vida.

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